Sejam Todos Bem Vindos ao Nosso Cantinho!Blog dedicado á poesia obscura em geral,de minha autoria e curiosidades.É um espaço também para ver dicas de música.Espero que gostem!Obrigado e voltem Sempre!
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
À Morte - Poema de Florbella Espanca
Morte, minha Senhora Dona Morte,
Tão bom que deve ser o teu abraço!
Lânguido e doce como um doce laço
E como uma raiz, sereno e forte.
Não há mal que não sare ou não conforte
Tua mão que nos guia passo a passo,
Em ti, dentro de ti, no teu regaço
Não há triste destino nem má sorte.
Dona Morte dos dedos de veludo,
Fecha-me os olhos que já viram tudo!
Prende-me as asas que voaram tanto!
Vim da Moirama, sou filha de rei,
Má fada me encantou e aqui fiquei
À tua espera... quebra-me o encanto!
Perdidos
Perdida,em meio à cinzas
Escondida num lugar escuro e sombrio
Fechando seus olhos
Para as fantasias do mundo
Desiludida da vida
Ela canta...
Naquele lugar frio
Apenas sua voz desponta
Num canto triste
Esperando que alguém a salve
Da angústia eterna
Nesse lugar frio a esperar...
Ali sentada,suspirando
Em sua tristeza sádica
Ela está a esperar
Que alguém a liberte da escuridão
Enquanto todos à sua volta
Pensam estar enlouquecendo
Em suas alegrias ilusórias
Das coisas vis deste mundo
sem salvação
Dos fantasmas do ontem.
Te vejo afundando
Dia após dia
Em sua tristeza profunda,e,
Nada posso fazer...
Dos seus olhos caem lágrimas
Salgadas,sem rumo
apenas caem...
Seu sorriso não existe
sua boca está amarga
Seus olhos molhados...
Sua dor a mata lentamente,
Uma dor profunda
De muitos dias,talvez anos...
Os fantasmas do passado a seguem repentinamente.
Enquanto chora discretamente,
Ela tenta pensar que amanhã
Será um dia melhor
E,quem sabe,
Ela possa sorrir novamente...
Estou sozinha
Atravessando um rio de serpentes
Onde um suspiro pode ser fatal
Quebrando o silêncio
Em meio à tristeza
Ouço vozes...
Vozes de lamentação
Pessoas chorando
Tentando encontrar uma luz.
Uma luz distante,aconchegante
Que envolve e aquece...
Trazendo muita paz
Nesse caminho se espinhos e escuridão...
Incertezas
Me sinto perdida
Numa estrada escura
Andando sem rumo...
Me sinto como se faltasse o ar
Como se não pudesse ver
Por mais que meus olhos olhassem...
Me sinto num lugar escuro
Como se as trevas tomassem conta de mim.
Na incerteza do amanhã,
como se talvez ele nem existisse...
Sinto a necessidade de ficar num mundo só meu
Um mundo escuro e de nostalgia
Onde a paz reina num silêncio eminente
E onde a melancolia parece me acompanhar...
Tranqüilo como as profundas águas do mar
E como a suave brisa de Outono...
Incertezas de um amanhã
Que eu nem sei se virá...
terça-feira, 10 de novembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
Ela levantou mais uma vez
Do seu sono eterno
Para matar sua sede insaciável
De sangue...
Todos os tolos caem a seus pés
Da bela dama de preto.
E ela sem demora
Os presenteia
Com o beijo da morte...
Sua pele pálida e fria
Lábios de carmim
Com seu belo cabelo negro.
Caçadora da noite
Rainha dos prazeres carnais...
Seu sonho é um mar de sangue.
Ela é uma vampira
Estar morta não é problema
Não para uma rainha da noite
Deusa dos prazeres proibidos
Vampira...
Medo
"Medo" como uma palavra tão pequena
Pode se resumir a um sentimento tão forte?
Quando você estiver sozinho
No frio do seu quarto escuro
Ele te encontrará...
Mas ele não virá sozinho.
Quase sempre acompanhado
De dor ou ira,sofrimento e tristeza
Pode vir com a solidão também.
Não importa,
Ele sempre está conosco
Em qualquer situação da vida.
Para vencê-lo,
Devemos primeiro superá-lo
Senão ele nos devora...
Sabe aquela sensação horrível?
Seu coração bate tão forte
Que parece querer explodir...
Seu suor fica frio
E você mal pode se mexer.
Suas mãos ficam trêmulas
E você sente um arrepio tremendo
Que vai de coma a baixo
Suas pernas se esmolecem...
E é dificil de se manter em pé.
Mas fique firme,encare-o
Não o deixe tomar conta de você...
Você está contente pensando que tem tudo...
De repente seu mundo desmorona
E você se sente sem chão
Tem medo de olhar para o lado
E perceber que ninguém está lá
Mas continua andando...
Olhando para frente
E vendo que ainda tem muita coisa...
Muita coisa que você perdeu
Quando adormecia na sua ignorância...
E quando vê mais a frente
Você percebe que nem tudo está perdido
E que ainda tem muito para fazer.
Tudo que pensava não poder
Agora pode é só querer.
Talvez nem tudo esteja ao seu alcance,
Não agora,
Mas estará quando chegar o momento...
E tudo que você desprezou um dia
Está ali,servindo de apoio
Para que você possa subir...
Se abrir bem os seus olhos
Poderá enxergar tudo e mais além...
Seu coração baterá forte
E você verá claramente
Que vale a pena continuar lutando,
Não pelas pessoas que queriam te ver na lama,
Mas por si mesmo,Esse é o dom da vida...
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Anjos
É como se um anjo me dissesse:
Siga em frente sem olhar para tráz...
Esqueça seu passado de trevas
E sua vida de angústias
Saia da escuridão e pare de sangrar.
Nos sonhos mais profundos ele te encontram...
Nos dão a ilusão de um mudo belo
Que não existe...
E a esperança de Paraíso...
Enquanto dormimos é tudo tão belo e perfeito
Que não queremos acordar...
Acordar só pra ver toda dor e sofrimento
Nesse mundo de sangue
Toda a podridão escarnecida.
Todos se afundando em suas mentiras
Lamentando suas vidas sombrias...
Toda a escuridão os habita
Sem que percebam...
Estão tão embriagados de sua ganância
Que nem percebem o perfume da morte
Nem todo o seu amargor
São apenas corpos sem alma
Se entregando à destruição
Como as folhas no Outono
Se entregam ao vento
Como se não houvesse o que fazer
Apenas se entregar...
†† Beleza ††
Vivemos num mundo
Num mundo cheio de beleza...
Parece até um jardim
Com as mais belas flores
Mas não se engane...
Sua beleza é de encher os olhos
E seu perfume sem igual
Doce como mel...
Mas a beleza esconde a verdade
Estão tão murchas e sem vida...
Sua beleza e perfume tão sublimes
Escondem a lama em que estão,
Se afundando cada vez mais em sua podridão...
Sangram em sua amargura
Como féu na garganta
Estão tão mortas que nem percebem
Que toda a sua beleza não importa mais
E sua angústia vai além
Dos dias frios
É como se nunca houvesse Sol
Apenas a escuridão...
Amor
Todo o sentimento oculto
Que está no mais profundo do seu ser
quer se libertar
Salvá-la na angústia
Ampará-la na trizteza
Fazê-la sorrir
Mesmo quando não houver alegrias...
Todas as flores caídas no seu jardim
Ganharão vida
E todas as flores invejarão seu perfume...
Toda a sua vida passará diante dos seus olhos
Sem que se arrependa de suas escolhas
E trazendo muita paz aos que te cercam.
No mais belo sentimento
Te mostrar toda a maravilha da vida
E num abraço sentir todo o seu calor
E isso lhe bastará nos dias frios...
Paraíso
Estava deitada a pensar:
Será que existe um paraíso?
De repente adormeci...
Sonhei que estava num jardim
Um jardim com flores brancas
E um anjo me dizia sim
Existe um paraíso...
Com um jardim eterno
De cores alegres em suas flores...
De pássaros com o canto mais belo que existe
Um canto jamais visto...
Com um céu tão azul
como as profundas águas do mar
E com um sol explendido a brilhar...
Uma brisa suave toca o meu rosto
Me trazendo muita paz
Uma paz tão grande
Que me acalma
E intorpece minha alma
Me trazendo esperança
De um lugar melhor.
Com um suave perfume
Fico a pensar:
Sonho ou Realidade?
Desejo ou Fantasia?
Não importa...Nesse lugar quero me encontrar
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
LILITH, A SERPENTE: O LADO ESCURO DA LUA
Além de uma deusa proscrita, como a conhecemos, Lilith representa a cisão do
feminino, tanto no nível individual como coletivamente, onde a liberdade, a
instintividade e a expansão da consciência devem submeter-se à dominação e
aos tabus vigentes. Sendo assim, tais buscas de evolução - naturais e
atávicas - no campo da experiência humana, acabaram por ser reprimidas com
violência, restando apenas a tais conteúdos a opção de atuarem nas sombras
do inconsciente.
A Lua Negra ou Lilith, aparece em vários mitos. Sem dúvida, o mais conhecido
é o judaico, que a coloca como a primeira mulher de Adão. Segundo consta,
nasceu do mesmo material que seu companheiro; o pó da terra, sendo, assim,
sua igual. Reclamou então seus direitos, afirmando serem os mesmos que os do
parceiro, negando, desta forma, a supremacia masculina e recusando-se ainda
aos papéis mais convencionais e submissos, como ficar sob o parceiro durante
o ato sexual e a maternidade.
Foi assim que a deusa proferiu o inefável nome de Deus e fugiu do Paraíso.
Adão recebeu então a submissa Eva; feita a partir de sua costela, e,
portanto, conformando-se com a autoridade dele.
Outra variação do mito diz que Lilith habitava o Éden antes mesmo de Adão e
que foi ela que o originou. Antes de estar plenamente desenvolvida,
insurgiu-se contra a união de Adão e Eva, copulou com a Serpente e abandonou
o Paraíso, havendo ainda a variação de ter ela própria se transformado em
Serpente e chamado Adão e Eva à perdição.
Após deixar o Éden, percorre, errante, caminhos sinistros, enlameados,
interagindo com os demônios.
Deus mandou seus anjos que a chamassem de volta, mas Lilith recusou-se,
dizendo ser tarde demais. Fez então um trato com os anjos de respeitar os
locais guardados por seus nomes sagrados.
Lilith foi para o deserto, de terras vermelhas, e, mais tarde, subiu aos
céus, onde tentou entrar encantada com os pequenos rostos, dos Querubins.
Deus, porém, a expulsou, ordenando-a que voltasse à Terra, onde seria seu
instrumento de punição, para seduzir mortais bem como assassinar crianças.
Dizem, também, que no dia da Reconciliação, a deusa "guincha" em altos
brados, para que seus gritos cheguem aos céus.
Para invocá-la ou neutralizá-la, os antigos habitantes da Tessália golpeavam
caldeirões de bronze ou tocavam címbalos. Invocavam-na largamente para
acalmar ou deliberar as energias sexuais, aumentar o desejo, o prazer, e
diminuir a fertilidade.
A Serpente, sempre presente, alude à antiga analogia do início dos tempos, o
uroboros, a deusa-mãe, as profundezas fluidas do inconsciente, sobre as
quais não temos controle algum e, tal como o próprio Zeus, devemos
respeitar. Sua fuga ao deserto vermelho é o próprio caminho de individuação,
onde rompemos com tudo o que nos traz segurança, confiando apenas na
supremacia da mente, um movimento de separatividade e convicção interna, que
como para Lilith, não pode ter retorno.
Como assassina de crianças, representa a capacidade e premência de
estrangular a infantilidade e as ilusões sem fundamentos, em nome do
amadurecimento. Seu potencial sedutor é o inconformismo, a revolta inerente
à espécie humana que quer sempre mais, mesmo aquilo que não pode ter, os
desejos gritantes, com seus ressentimentos, desesperos e auto-traições.
Trata-se sempre da conexão com os desejos, os instintos, o lado sombrio da
vida, as armadilhas e o crescimento em que implicam. Segundo Jung, se o
despertar da Lilith pode ser trágico para uma pessoa despreparada, é uma
prerrogativa à individuação.
No Egito, correlaciona-se com a deusa Ísis, freqüentemente representada com
cauda de serpente, soberana dos partos, do amor sensual, da morte e dos
renascimentos. Chamada "Rainha do Céu", esta deusa lunar era invocada nos
ritos de magia e feitiçaria. Com seu poder ímpar restituiu à vida seu irmão
e amante Osíris, morto no inferno por seu irmão-sombra Set.
Na Grécia, correlaciona-se com a deusa Hécate, soberana da magia lunar da
morte e do nascimento, dos ritos mágicos, dos encantamentos e do destino.
Com três faces, esta deusa está presente em cada fase, cada encruzilhada do
caminho, desde os momentos de mais luz até os de mais escuridão, aumentando
o senso de convicção interna, o propósito ou a compulsão de seguir os
próprios desejos e crenças, e a coragem de cortar com tudo a que nos
vinculamos, em nome desta jornada.
Filha de Hera, foi testemunha direta e emocionalmente distanciada do rapto
de Perséfone, ainda na infância. Esta antiqüíssima divindade roubou de sua
mãe um pote de carmim; precisou então fugir de sua mãe que ficou furiosa.
Deixou o Olimpo e foi para a Terra, assistiu um parto e tornou-se impura,
precisando descer aos infernos para ser purificada. Nas regiões abissais,
tornou-se Rainha e presidia os ritos de purificação e expiação. Tinha o
poder de enviar demônios para atormentar a humanidade durante seus sonhos.
Podia também negar ou conceder qualquer desejo aos mortais. Cérbero, o cão
de três cabeças, guardião da porta do inferno, era seu animal de estimação e
as Erínias (deusas do Destino), suas companheiras.
Os gregos colocavam suas estátuas nas encruzilhadas onde houvesse ocorrido
um crime. A ela, também, a feiticeira Medéia rendia homenagem para
purificar-se de seus delitos e receber proteção em sua jornada.
Essa deusa virgem é auto-erótica e tem ainda o dom de envenenar seus
adversários, podendo castrá-los ou iniciá-los, conferindo poder ou
estagnação. Com sua magia, toca de maneira singular na superfície e nas
profundezas. Na maioria das vezes seus ritos encenados em nossas vidas são
ininteligíveis por nosso raciocínio.
Enquanto as deusas femininas presidem algum tipo de relacionamento, Lilith
evoca a separação em nome do resgate e priorização das buscas individuais.
Sua oposição a Eva nos sugere que sua sustentação depende somente de si
mesma, seu fortalecimento, seus dons de magia e seu poder de co-criadora,
jamais dos referenciais de relacionamento ou da submissão aos códigos
externos.
O resgate deste arquétipo é, portanto, o ponto crucial que nos acompanha não
uma, mas várias vezes na vida, com seus momentos de desconexão com os
parâmetros exteriores que em algum momento nos emprestaram segurança, a
negação e a fuga destes parâmetros, a solidão e o desolamento a que nos
remetem a experiência, a clarificação e a estruturação de nossos valores
internos no deserto, e a reconquista de nosso poder e plenitude pessoais.
De: Sidneya Magaly Gaya
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Numa noite fria...
No céu uma lua tenebrosa
A nos encantar
Com sua beleza sombria.
Toda escuridão por nós.
Um brilho relusente
Emana de sua superficie.
No céu negro e sedutor
Uma cortina de estrelas
Perturbadora,aconchegante...
Deusa Lua banhando as montanhas
Com todo o seu brilho e explendor
Uma canção aos seus admiradores
Um prêmio aos seus seguidores.
Rainha soberana
Da escuridão
Que em minha alma
Descanse sua luz.
Nas noites pavorosas
Exala seu horror e sedução
Luz da escuridão
Que encanta o meu ser Alegra o meu viver.
Me eleve ao mais atlo
No seu véu de sedução
Rainha Soberana da Escuridão
Assinar:
Postagens (Atom)